Casa de Saúde: portas abertas à restauração

Leandro Ferreira / AAN

Antigo "Circolo Italiani Uniti", o edifício do Vera Cruz Casa de Saúde é exemplo de arquitetura hospitalar

Tombado pelo patrimônio histórico em 1997, o centenário edifício que abriga o Vera Cruz Casa de Saúde, na região central de Campinas, conhecido uma boa notícia ontem. O Condepacc (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas) deu parecer favorável ao projeto de restauro do prédio construído em 1886 e permissão para que possa emitir o certificado de transferência do potencial construtivo.

O certificado autoriza o proprietário do imóvel a usar em outra área, e até vender, os metros quadrados que teria direito de construir no terreno, caso a construção não fosse tombada. Os recursos obtidos com a venda devem ser usados ​​exclusivamente para cobrir os custos do restauro. O Vera Cruz Casa de Saúde informou ontem que, a partir de agora, avalia uma avaliação do programa de reformas e recuperação do prédio.

Com a decisão de ontem do Condepacc, a Casa de Saúde entra para um pequeno grupo de prédios históricos que aderiram à lei do potencial construtivo e iniciaram programas importantes de restauro, como são os casos da Catedral Metropolitana de Campinas, do Jockey Club e mais recentemente do Externato São João.

Levantamento publicado pelo Correio Popular no ano passado, no entanto, revelado que isso é exceção. A pesquisa mostrada que apenas 1,5% dos proprietários de prédios tombados pelo Condepacc estão tentando conseguir recursos no mercado para restaurar os prédios, via potencial construtivo.

Campinas tem cerca de 800 bens tombados, entre imóveis, praças e matas, dos quais 593 são construções. Mas apenas nove proprietários se interessaram em conseguir certificados de transferência de potencial construtivo para captar financiamento destinado à recuperação dos imóveis.

Antigo “Circolo Italiani Uniti”, o edifício do Vera Cruz Casa de Saúde é exemplo de arquitetura hospitalar e valioso documento histórico. Originalmente construído em estilo néo-clássico pelo arquiteto Ramos de Azevedo, passou por várias ampliações ganhando finalmente ao estilo néo-renascentista.