Caso brutt: sócio vê negligência médica e defende Imperial | cs: go
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– Foi muito triste porque nesse período, independente de gastos com o advogado e tudo mais, o que deixou a gente mais triste foi o espancamento da comunidade – afirmou Silveira em entrevista ao ge.
– Fomos chamados de assassinos, acusados de escravizar. Meu irmão (felippe1, CEO da organização) era xingado, e a gente sempre ficou calado. A pior parte de tudo isso, que podemos dizer, independente da negociação de patrocinador, vida pessoal, os próprios jogadores, que eram amigos do cara, conviveram com ele, sabiam o que acontecia … o pior foi a marca, a empresa, ser massacrada da forma que foi pela opinião pública sem direito de defesa. E por isso ficamos calados, porque não adiantaria falar nada, qualquer coisa que falássemos naquele momento, naquele fervor todo, não ia servir de nada, as pessoas não iam nem ler – completou.
Camisa da Imperial em homenagem a brutt – Foto: Divulgação / CBCS
Camisa da Imperial em homenagem a brutt – Foto: Divulgação / CBCS
Para o inovador, como críticas vindo até mesmo de amigos de Felippe "felippe1" – um veterano do cenário de esports no Brasil -, doeram demais.
– Os grandes jogadores repostaram a situação, não citaram a Imperial diretamente, mas falaram da situação. Houve um alvoroço grande, de pessoas grandes, que bateram na gente, isso foi horrível. Pessoas, inclusive, amigas do felippe1 de muito tempo, que conhecem uma conduta dele de muito tempo e se posicionaram, de uma forma indireta, massacrando a empresa – completou.
Além desse sentimento, Silveira também contestou uma série de informações pedida pela acusação e disse que a Imperial tem interesse em agilizar os processos de todas as formas.
Organização não Vê vínculo trabalhista
Segundo Silveira, um Imperial não vê um vínculo trabalhista com nenhum de seus jogadores, incluindo brutt. O representado afirma que todos os jogadores da organização atuam em contrato de "prestação de serviço" e não nenhum regime imposto pela Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).
– A gente não enxerga o vínculo trabalhista justamente pelas questões que os advogados da empresa suscitaram. Pagamos a multa dele com a Reapers e ele ficou a disposição da empresa. Ele terminaria de jogar o CBCS e no mês de janeiro decidiríamos como seria o procedimento de vínculo, se o tempo se adaptaria com ele e etc. Ele jogou dois jogos, e o contrato, se existisse, seria de prestação de serviços, como todos os outros jogadores, que é a forma de como a Imperial vê as coisas. Uma encara Imperial que não existe vínculo trabalhista com todos os jogadores. E é isso, nesse ponto nos reportamos no que está no que está no processo, tanto pelo curto período de tempo, pelo que foi combinado com o jogador e pelo contrato que a família apresentou ser falso.
O contrato, citado por Silveira, está entre os anexos da ação indenizatória movida pela família de brutt contra um Imperial no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2). Nele, a defesa dos familiares do jogador pede R $ 460 mil por danos morais. Sem documento, premiado pelo ge, não consta o nome nem a assinatura de brutt. Silveira alega ainda que a assinatura de felippe1 no documento não é verdadeira.
Suposto contrato entre Imperial e Brutt anexo no processo – Foto: Reprodução
Suposto contrato entre Imperial e Brutt anexo no processo – Foto: Reprodução
– O contrato apresentado pela família é falso, totalmente falso. Foi pego, se você observar o contrato no inquérito (policial), no Ministério Público, no processo, é um documento eletrônico, como todos que a gente firma hoje, e o documento não consta o nome do brutt, só a assinatura do felippe1, que é montada. Quando é DocuSign (empresa de assinatura virtual de documentos), tem um código de ID gigantesco, o número do envelope, que confirma a validade do documento a ser consultado. Esse código não existe – afirmou Silveira.
– A cláusula segunda do contrato não consta sequer a data que o brutt foi contratado, e foi alterada da redação original que a Imperial usa. Se você reparar, tem uma cláusula lá, sem a data da contratação, e, num determinado ponto está escrito "vírgula, contratado neste ano, neste momento" e não tem assinatura sequer a assinatura do brutt – completou.
Ainda sobre a modalidade de contratação, Silveira afirmou que a falta de um exame admissional, um dos pilares da acusação da família quanto a negligência, não teria detectado a doença que vitimou o jogador.
– Como um vínculo Imperial que o vínculo é de prestação de serviço, o exame admissional é dispensável, só seria obrigatório se fosse vínculo CLT. Só que tem um detalhe importante. Ele morreu num hospital de referência, uma causa da morte não é identificada, ele passou quase 15 dias num CTI, com uma equipe médica especializada de neurologista, infectologista, e os caras não descobriram o que ele tinha. Qualquer trabalhador do Brasil, que fez um exame médico admissional, sabe que o cara tira a pressão, manda ler meia dúzia de letras, bate no seu ombro e diz que você está preparado. O exame admissional ia acusar que ele tinha uma doença raríssima na cabeça, enquanto um hospital especializado, com uma equipe especializada, não conhecida do que o cara morreu? Isso é surreal, me desculpe o termo, mas é buscar chifre em cabeça de cavalo. Não existe. Mesmo que ele tivesse que ter feito o exame, que a justiça diga que é CLT, o exame admissional nunca identificaria essa doença que ele teve, porque nem um hospital com equipe especializada, fazendo vários exames, tomografia, pulsão de medula, que não são exames feitos não admissíveis, não descobriram o que ele tinha, quem dirá um médico tirando pressão e ele dizendo que está com dor de cabeça por causa do óculos.
Além da falta de obrigações trabalhistas e da negligência, a família também crítica as condições da casa. De acordo com o processo, a casa dos jogadores da era Imperial "completamente insalubres, faltavam alimentos e não havia condições dignas para repouso". Silveira diz que as acusações são absurdas.
– Ninguém é maluco de pagar quase seis mil de aluguel numa casa ruim. Aí entra o aluguel, R $ 900 de cozinheira e R $ 900 de faxineira. Só aí são R $ 7,8 mil. Numa casa ruim? Ninguém é louco de fazer isso. A casa era, toda mobiliada, limpinha, toda direitinha, essas eram as condições da casa. Eram faxineira e cozinheira três vezes na semana. A única coisa que acontecia é que os próprios jogadores perdiam a mão da comida pronta, mas sempre teve comida dentro de casa. Tanto é que, na planilha da empresa, gastamos R $ 3,2 mil em comida. Numa casa de seis pessoas. Sem falar em entrega, que foram para o cartão de crédito. Encaramos essas alegações todas como absurdas.
A defesa da família brutt alega que a casa era "extremamente quente, ou fria, dependendo das condições climáticas, e não havia adequada, tampouco existia ar-condicionado ou ventilador, o que contribuiu desfavoravelmente para o quadro de saúde da vítima". O barulho, anunciada pela proximidade entre uma casa de jogo e o Aeroporto Internacional de Congonhas também é citado, com um áudio enviado por brutt a seus familiares mostrando o ruído.
Silveira alega que todos os jogadores possuem ventiladores, já que a rede elétrica da casa não aguentaria a instalação de aparelhos de ar condicionado. Já sobre os aviões, o estabelecimento reconheceu que o barulho poderia incomodar, mas que é comum para moradores da região.
– Todo mundo tinha um ventilador grande, a casa não aguentava ar, e descobrimos morando, chamamos técnicos de energia, refrigeração, pagamos visitas para arrumar solução e não conseguimos instalar ar lá. Aí a casa se tornou desinteressante, por vários fatores. O barulho de avião, não era nada absurdo, mas realmente incomoda quem não está acostumado. Mas, se o avião incomodasse, os seis bairros de São Paulo não existem existir.
Silveira afirma que, após as reclamações suportadas pelos jogadores em um grupo do WhatsApp – que estão anexados no processo processado pela reportagem e visualização dos jogadores reclamando da falta de comida e do calor -, um Imperial agilizou uma mudança em menos de duas semanas.
Exemplo de recuperação que os jogadores fizeram em grupo no WhatsApp – Foto: Reprodução
Exemplo de recuperação que os jogadores fizeram em grupo no WhatsApp – Foto: Reprodução
– No ponto de vista da empresa, as condições da casa eram boas, tínhamos funcionários para fornecer fornecimento para os atletas, comida nunca faltou e os comprovantes de pagamento de mercado estão (no processo), quebramos nosso sigilo bancário por conta própria para mostrar que gastamos R $ 3,2 mil de mercado, sem falar em delivery. A casa tinha problema, mas esses problemas não eram produtos, quando eles aconteciam, a gente consertava. Para melhorar as coisas, o felippe1 decidiu mover para uma casa maior, com mais espaço, piscina, e tudo mais, que sempre foi o plano. Já pegamos essa casa, boa, com uma expectativa de mudar. Diante das constatações, tentamos antecipar o máximo possível. A gente pede a rescisão do contrato no dia 27 de novembro, paga R $ 8 mil de multa, e no dia 9 de dezembro já estamos na casa nova. Eles (jogadores) reivindicam oficialmente no dia 27 (como imagens anexadas no processo apresentado, na verdade, os jogadores reivindicam no dia 29), rompemos o contrato pagando uma multa astronômica, e em uma semana e dois dias já vinculado na casa nova.
Sobre as reclamações nos grupos de WhatsApp, o professor disse que é necessário "mostrar empatia".
– Sempre tentamos ser o mais ágil possível nas opções reclamações. Não vou entrar no mérito de quem está certo ou errado, o que o felippe1 falou, porque tem de se mostrar empatia, não pode chegar num grupo de WhatsApp e dizer que todos estão mentindo.
Outro ponto da defesa é que uma das responsáveis por cuidar da saúde de brutt, Henes – mãe do jogador Felipe "delboNi", na época na Imperial -, não era uma contratada da empresa e, por muitas vezes, não acompanhava pessoal como idas de brutt ao médico. Silveira afirmou que Henes foi quem se colocou nas condições de "mãezona" da equipe e que ela e Cristiane Queiroz, mãe de brutt, se comunicavam constantemente.
– A Henes é a mãe do delboni, desde o primeiro dia do projeto, quando começou a pegar a casa em São Paulo, ela sempre se fez presente e sempre fez questão, por conta própria, de ser a mãezona da equipe. E nós nunca proibimos pai nenhum de ir na casa, tanto é que temos um grupo de pais no WhatsApp. O pai do dumau ia pra casa direito, em uns 20 dias, alternados, ele esteve na casa da Imperial. Ele dormia, cozinhava, churrasco. A gente nunca negou a presença de pai e mãe em casa de jogos, justamente para eles fiscalizarem e nunca pedimos pra avisar que ia. A Henes assumiu uma função de mãe, é uma pessoa maravilhosa, prestativa, nunca teve contrato com a gente, faz isso porque gosta. Gostava de cuidar do filho dela, ser a mãezona de todos os jogadores, e seria muito escroto da nossa parte virar pra mãe do cara e falar pra ela sair fora, não participar das atividades da empresa.
– Não é negligência, a Henes se dispunha em ajudar o brutt, assim como o Caio (rkz, o gerente) se dispunha. A alegação é ridícula. Tanto é que se você pegar os 60 áudios (de conversas entre brutt e Henes, anexados no processo), a mãe do brutt está falando atrás. O brutt dando satisfação para a Henes. Enquanto duas conversavam, se você pegar a conversa do brutt com a Henes. Tem conversas duas ou três da manhã – completou.
Para Silveira, a Imperial não foi negligente com a saúde de brutt e, muito menos, contribuiu para a morte do jovem. Na visão do valor, o erro foi médico.
– A negligência foi médica, pô. Toda vez que um cara chega no hospital com ele, o médico fala que é alergia e rinite, passa um remédio, dá certo e funciona por 15 dias, quando ele começou a piorar e tudo começou a dar errado. Se o médico fala alguma coisa, a gente acredita no médico. A empresa deve prestar socorro imediato e isso a gente fez todas as vezes.
Sobre a falta de um plano de saúde empresarial para o funcionário, Silveira afirmou que, mesmo se ele existisse, não haveria tempo hábil para ser colocado em prática por conta da carência.
– A nossa empresa é pequena, mesmo que a Imperial fornecesse plano de saúde, teria carência para o cara usar. Ele não ia fazer um plano no dia 8 (de novembro), quando ele chegou, mesmo que fosse a emergência, demoraria uma semana para o plano no entrar ar. Tudo que a gente pode fazer, da forma que tínhamos, divulgações.
Em sua última partida oficial, brutt jogou de capuz e sem os tradicionais headsets: o jogador escondia uma toalha molhada na nuca para amenizar as dores de cabeça – Foto: Divulgação / CBCS
Em sua última partida oficial, brutt jogou de capuz e sem os tradicionais headsets: o jogador escondia uma toalha molhada na nuca para amenizar as dores de cabeça – Foto: Divulgação / CBCS
O embutido reforçou que a Imperial prestou todo o atendimento necessário enquanto brutt esteve em São Paulo e, depois que ele partiu para o Rio de Janeiro junto da mãe, assistiu tudo que foi necessário.
– Os hospitais erraram "brabamente", o cara não teve nem um diagnóstico próximo do que ele morreu. No fim, suspeitaram de meningite, numa das últimas consultas que ele teve em São Paulo, e a médica passou um antibiótico, que foi comprado, e ele melhorou, e a médica descartou a meningite.
– Aí ele começou a ter aquela questão da enjoo, foi para o Rio, aí começa a começar a história aquela história toda que o felippe1 pagou tomografia, uma família pediu a assistência e o felippe1 estava na China jogando mundial de Crossfire e mandou uma família fazer contato com a Imperial . Aí, logo depois aquela mensagem do irmão do brutt, o Léo, dizendo que não precisava mais se preocupar com dinheiro que eles tinham conseguido um hospital de referência por conta de um contato político e que não havia mais custos. O que foi solicitado diretamente, os 800 reais da tomografia, a gente pagou. Acho que a gente fez o que podia, e infelizmente os médicos erraram – completou.
Silveira afirma que, nos próprios prontuários médicos anexados no processo, a família não cita, nenhum problema com uma casa de jogo do Imperial, apenas fala de acontecer que aconteceram quando o jogador defende um Team Reapers.
– Se você pegar o prontuário médico, a mãe do brutt chega no hospital e entrega tudo. Dizendo que o filho não tinha água limpa, mexia com gato, outras pessoas também passaram mal, e não tem uma linha do prontuário médico que faça qualquer relação com qualquer fato da Imperial. Nem o ralo alagando, que eles falam que potencializou de alguma forma a doença, está na linha do processo. A questão do ralo foi resolvida no dia, tem o comprovante da Desentupir Pia em Campinas no processo. A mãe do brutt dormiu na casa, estava no grupo dos pais, está no processo. Se ela chegasse na casa e encontrasse o filho morto numa cama, como ela diz, qual mãe no planeta Terra não ia esculhambar uma empresa no grupo, e ela não falou nada, pelo contrário. Ela sempre teve contato cordial com o felippe1, até ela parar de responder, e apareceu seis meses depois dizendo que matamos o filho dela. Ela chegou na casa, viu o filho dela, o brutt já tinha olheira. A olheira sempre foi gigantesca, e ela não falou nada. Isso assim não conseguimos entender. Se esquecermos tudo isso, olharmos friamente o prontuário e o grupo dos pais, ela nunca fez nenhuma reclamação da Imperial.
– Quando você chega no médico e diz que está com dor de cabeça, a primeira coisa que a cara pergunta é se você tem se alimentado direito, se você usa óculos. Se o cara tinha ferrado, escravizado, numa cama, sem remédio, a própria mãe já teria dito isso no prontuário, e não consta isso. E por que ela fala tudo que aconteceu com a Reapers e não fala, no prontuário, tudo que ela diz da Imperial no processo? A gente não consegue entender isso – contínuo.
O obrigado afirma que, no processo trabalhista, movido na 69ª Vara do Trabalho de São Paulo, e numa petição apresentada no processo do Ministério Público do Trabalho da 2ª Região, a família reconhece que brutt já chegou à Imperial doente.
Trecho citado por Silveira na petição ao MPT – Foto: Reprodução
Trecho citado por Silveira na petição ao MPT – Foto: Reprodução
– A própria família diz que o brutt chegou na empresa doente, e eles nunca passaram isso para a gente. A família reconhece, tanto no processo trabalhista quanto no inquérito do MP, ela reconhecesse que o brutt chegou doente na casa.
Silveira disse não entender o motivo da família não estar processando nenhuma unidade médica onde o jogador foi atendido. O embutido reforçou que acredita que a negligência dos médicos, não da empresa, levaram o jogador à morte.
– A gente não sabe se isso é questão da família, do advogado, já que se processar o estado, a justiça conferir o direito à família, o recebimento de qualquer quantia se torna impossível, porque entra naquela questão de precatório, não sei quantos mil anos numa fila para o estado de pagamento.
– Não estou dizendo que a família quer dinheiro da empresa, mas não sei qual a estratégia do advogado. Isso é uma pergunta que a gente se faz até hoje. Porque não processar o estado, os médicos? Eu parto do princípio, eu não sou médico, não tenho o talonário de receita do médico, nem o de solicitação de exame. Se você chega no médico fala que você tem dor de cabeça e ele diz que você tem rinite e não pede exame nenhum, o médico é culpado pela negligência. Não sabemos há quantos meses o brutt teve isso, todos os médicos que conversamos falam que a evolução da toxoplasmose, que é a suspeita mais próxima da causa morte do brutt, para o óbito é lentíssima, pra você chegar no estado de óbito é tipo um ano. Talvez se os médicos tivessem agido a tempo e tivessem feito as coisas todas, será que o brutt estaria morto? Será que ele não teria apenas uma sequela leve? O brutt estaria bem? Eu não sei responder, assim como não sei porque a família não processou os hospitais – completou.
A família de brutt também alega no processo que a Imperial demandava uma "jornada extremamente exaustiva" do jogador e que sua rotina demandava muito mais do que as "quatro ou cinco horas" de treinamento alegadas pela contestação da defesa, com ações de publicidade e streams . Silveira alega que as streams feitas pelo jogador eram por vontade própria e não capitalizadas pela empresa.
– A família acusa dizendo que ganhávamos com a imagem do brutt e tudo mais, mas se você pegar o histórico, a gente não tinha nem patrocinador quando contratamos o brutt. Nem ação de marketing existiria, porque não tínhamos patrocinador. A Imperial, na stream do próprio brutt, não tem nem símbolo da Imperial, de patrocinador, ninguém, o cara tá ganhando dinheiro por fora, como se está fazendo um bico – contou.
Sobre as acusações de excesso da jornada de trabalho, Silveira disse que brutt passava muito tempo no computador por interesse próprio e se viu em uma situação complicada para negar o acesso do equipamento ao jogador.
– Foi o que falei pro promotor do trabalho, essa é uma resposta desafiadora que a própria Justiça vai ter que definir como vai funcionar. Não posso chegar pra uma pessoa, que mora numa casa, e dizer que acabou o treino e vou tirar o computador da tomada e só vou devolver no dia seguinte. No meu ponto de vista, isso é assédio moral. A vida gira em torno do computador, ele assiste filmes, fala com a família, treina, joga por diversão. É como se o Barcelona proibisse ou Neymar de jogar bola. Ou (alguém proibisse) o Usain Bolt de correr. Ele corre os 100 metros, aí ele termina de correr, e o treinador fala para ele não dar nem uma volta no quarteirão, para ficar em casa. Não posso fazer isso com uma pessoa, senão, aí sim, eu vou estar assediando ela moralmente, escravizando. Essa alegação eu acho completamente descabida, porque hoje você faz tudo pelo computador, e, a partir do momento que eu proíbo ela de usar um computador que está à disposição para outras coisas, porque já deram as horas diárias de treino, pra mim estou assediando ela moralmente. É como você ter direito a 8 horas de sono, que o médico recomenda, mas depois que você não pode ficar esperando na cama vendo Netflix. Isso não existe, esse ponto é brincadeira e totalmente contraditório.
brutt e o narrador xrm durante a transmissão do Gamers Club Masters III – Foto: Felipe Guerra / Gamers Club
brutt e o narrador xrm durante a transmissão do Gamers Club Masters III – Foto: Felipe Guerra / Gamers Club
O refrão contestou também o fato da defesa ter distribuído as ações indenizatórias tão popular da audiência do processo trabalhista.
– Isso gerou um transtorno grande para defender, porque não distribuíram ação conjunta. Distribuíram separados e quase na véspera, cinco dias antes da audiência trabalhista, para forçar um intimação com defesa, e mesmo assim como um trabalho intenso com os advogados e conseguimos nos defender. A próprio juíza reconheceu a ilegalidade do prazo da intimação e reabriu para nós contestamos e fazer as mudanças que tivéssemos de fazer. Isso foi uma estratégia bem baixa da defesa, que quase comprometeu a nossa defesa, mas conseguimos resolver bem – afirmou.
Para Silveira, inclusivo, não há dano moral elevação pela organização na morte de brutt.
– Leigamente falando, não entendemos que é dano moral, independente de jurisprudência, porque não temos culpa. Se a empresa reconhecerecesse a culpa, talvez existisse o dano, mas, do nosso ponto de vista, como não existe culpa, não existe dano.
Além das ações indenizatórias e trabalhistas distribuídas pela família, também um processo movido no Ministério Público Federal do Trabalho da 2ª Região, que também trata das irregularidades trabalhistas na contratação do jogador.
A Imperial já compareceu a uma audiência do MPT, realizada em 13 de novembro, sobre o caso. Silveira vê o encontro como "excelente" e se diz pronto para atender todas as definições do orgão.
– O procurador Patrick, num determinado ponto da audiência, consultou se a Imperial se comprometeu a assumir eventual legislação trabalhista que a Justiça decida, e eu respondi que lógico que sim. Ele me perguntou se eu queria ser regulamentado e eu disse que lógico que sim, porque isso me tira qualquer insegurança jurídica. A Imperial atua como o mercado atua, se a Justiça falar que não é assim que se atua, que não é o A e temos que fazer o B, a Imperial vai fazer o B.
felippe1, ex-jogador profissional e CEO da Imperial, durante a decisão do CBCS – Foto: Divulgação / CBCS
felippe1, ex-jogador profissional e CEO da Imperial, durante a decisão do CBCS – Foto: Divulgação / CBCS
– Nossa aproximação com o Ministério Público foi excelente, passamos tudo que acontece, a visão do cenário, e, que se justiça decidir que o A errado, que é o que 99% faz, se falarem que é o B, beleza, vamos fazer o B. Vai ter um impacto para todo o mundo, claro que vai. Na forma de prestação de serviço, o jogador acaba ganhando mais. Na forma de CLT, pela quantidade de imposto, ele vai ganhar menos, mas isso não é problema da empresa. Desde que se decida ou padrão, vamos cumprir o padrão. Se a justiça falar que o mercado todo está errado, e que tem de fazer de outro jeito, vamos fazer o jeito que a Justiça determinar – completou.
Além dos processos na Justiça, a Imperial, junto da Reapers, também é alvo de uma investigação policial – por determinação da juíza Tatiana Saes Valverde Ormeleze, as associações estão sendo investigadas por homicídio simples, previsto no artigo 121 do Código Penal.
Silveira se disse surpreso pela abertura do inquérito, mas afirmou que ele e seu irmão estão tranquilos.
– Foi uma novidade pra gente. Se você olhar a jurisprudência, o homicídio corporativo não existe no Brasil. Esse crime não existe aqui. Quem teria que ser acusado sou eu, felippe1, Caio (rkz), como pessoas físicas, e a família tem que definir no que fomos negligentes. E isso não acontece, eles não descrevem isso. Com relação ao inquérito de homicídio, ficamos impactados, nunca respondemos por nada e fomos acusados de homicídio, é impactante, pesado, mas estamos absolutamente tranquilos porque do nosso ponto de vista, não colaboramos em nada para a morte do brutt.
Silveira finalizou dizendo que a Imperial está fazendo de tudo para dar fim aos processos, para que ambas as partes possam cumprir suas vidas.
– A gente está gerindo da forma que dá. Estamos tentando apressar tudo da forma que dá também, comparecemos à políciaaneamente, contestamos a família espontaneamente, não esperamos os trâmites porque sabemos que demora. Queremos que isso acabe o mais rápido possível, tanto para a família ter uma resposta, quanto para a empresa seguir a vida dela sem ter esse fardo de acusações tão pesadas. Estamos tão confiantes que nunca nos esquivamos, eu e felippe1, como donos, comparecemos em todas as audiências. Saímos do casulo, estamos dando a cara pra bater, pra fazer as coisas acontecerem rápido. O começo foi complicado, pelo massacre, diante do possível está relativamente tranquilo, as pessoas estão lendo com mais calma, esperando a Justiça, então a comunidade já está interpretando melhor as coisas, e isso nos permite gerir com mais tranquilidade em diversos pontos. O que a gente pode fazer para ajudar a Justiça, o Ministério Público, a Polícia, vamos fazer. Só não vamos abrir a mão de recursos fornecidos que temos direito, tirando isso, vamos colaborar em tudo, como estamos colaborando.
O que diz a família de brutt
Procurada pela reportagem, a família do jogador disse que "ainda encontra-se abalada e procura preservar-se em responder matérias ao fato e ao processo, principalmente porque derrotou e provocações constantemente", e, por isso, como respostas aos questionamentos foram dadas pelo advogado Hélio Tadeu Brogna Coelho Zwicker.
Sobre a afirmação de que o contrato apresentado no processo é falso, o advogado afirmou que "a acusação é grave, leviana e será objeto das medidas judiciais cabíveis. Se a empresa tiver qualquer suspeita quanto à veracidade da assinatura de Felipe e outras inconsistências devidas ter instaurado incidente de falsidade nos processos, o que não ocorreu. O único objetivo dessas infundadas e incoerentes alegações é manchar uma reputação de Matheus, da família e dos profissionais que atuam no processo, e tal fato não será tolerado ".
Quanto a afirmação de que o exame admissional não diagnosticaria os problemas de saúde de brutt e que dizer o contrário é "procurar chifre na cabeça de cavalo", o advogado afirma que "uma expressão usada pela empresa é temerária em relação à legislação vigente no Brasil . Demonstra o desrespeito quanto ao cumprimento da lei, revelando claro despreparo. Tal comportamento ratifica, inclusive, os valores culturais que a empresa parece cultivar. Não se pode incentivar o descumprimento das normas de saúde e segurança do trabalho pensando que, depois, seria obrigatória de médicos e hospitais remediar violações dessa natureza. Essa alegação, aliás, deveria justificar, em tese, a intensificação das investigações por parte dos órgãos competentes para evitar que novos riscos sejam criados a jovens atletas.
Sobre o fato da família não processar os hospitais e o estado, a defesa que "de acordo com as provas e com os procedimentos instaurados, quem deixou de cumprir a lei foi a Imperial e não os hospitais, ao que tudo indica. Era responsável da empresa oferece condições mínimas de higiene, alimentação e descanso. Era responsabilidade legal da empresa observar a saúde de Matheus quando mostrado-se nitidamente fragilizado especialmente durante o último jogo que atuou. Conforme definido no processo, Matheus passou dias largado e convalescendo numa cama, dentro da Gaming House da Imperial, mal alimentado e sem o devido socorro. A sua mãe atravessou o Estado do Rio de Janeiro para buscá-lo e socorrê-lo. Infelizmente, muitas empresas esquecem que o mercado de e-sports não é palco para aventuras. É um mercado que movimenta milhões em contratações ao redor do mundo todos os anos e deve ser tratado com profissionalismo, respeito, ética e legalidade, essencial para a relação entre tempos e jogadores. Portanto, não há que se falar em estratégia de advogado. As ações judiciais foram credenciadas para apurar melhor as fatos e, assim, para que a família receba uma resposta da justiça, seja ela positiva, seja ela negativa ".
Quanto à afirmação da Imperial de que a família reconhece que o jogador chegou à organização, a defesa afirma que "a empresa descontextualiza as alegações para tentar justificar a sua conduta prática. forma clara, a linha do tempo dos acontecimentos, bem como o fato de que o estado de saúde do Matheus foi claramente negligenciado, sobretudo quando foi colocado para participar do último jogo pela equipe ".
Já sobre a falta de relatos de que Cristiane Queiroz, mãe de brutt, não relatou nenhum problema da casa de jogos no prontuário médico, o advogado afrima que "o prontuário médico não é documento hábil para registrar más condições de trabalho ou violações à lei. função do prontuário médico limita-se a registrador de histórico de atendimento e saúde do paciente como laudos, atestados, exames, prescrições médicas etc. Os problemas da Casa de Jogos da Imperial foram relatados (e bem relatados) às instituições competentes, como o Poder Judiciário , Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Estadual e Delegacia de Polícia ".
Sobre a inabilidade de explorar a imagem de brutt por conta da falta de patrocinadores, a defesa afirmou que "quem lucra com a imagem do jogador não é o patrocinador, mas sim o tempo, que fortalece a sua marca por meio dos jogadores e, então , conquista o patrocínio. Basta verificar os anúncios feitos pela Imperial utilizando-se (e anunciando) da imagem e do nome de Matheus (Brutt), bem como do Contrato de Uso da Imagem apresentado nos processos. Se a imagem de Brutt não agregasse valor à empresa, certamente a empresa não teria pagado R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) para comprar o passe de Matheus, conforme provas juntadas no processo. Se um jogador de futebol famoso é contratado para defender um time rebaixado, sem marca consolidada, a aquisição do jogador certamente agregará valor ao clube. Nenhum patrocinador investe em times sem visibilidade ou sem jogadores de destaque, razão porque jogadores-revelação, como era o caso de Brutt, são disputados entre os times".
Sobre a afirmação de Silveira de que a estratégia de distribuir a ação por danos morais foi "bem baixa", a defesa afirmou que "todas as medidas judiciais adotadas, foram dentro da estrita legalidade. E não se trata de estratégia, mas de didática processual. As ações foram separadas, ordenadamente por fatos, provas e matérias, para facilitar o fluxo dos trabalhos. Fossem todos os elementos – longos e complexos – suscitados numa única ocasião a ação se tornaria prolixa, morosa e não proporcionaria resultados efetivos. Isso é o que recomenda a experiência e a prudência. Dizer publicamente que a estratégia da defesa é “baixa” é, mais uma vez, uma afronta à honra de Matheus, da família e também dos profissionais envolvidos, fato este que será apurado oportunamente".
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Fonte: Post Original