Fila de espera por perícia do INSS em Campinas aumenta 38% em 100 dias e passa a 6,3 mil pessoas agendadas | Campinas e Região
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A fila de pessoas que aguardam por uma perícia no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) atingiu a marca de 6.328 em Campinas (SP). O número se refere ao fechamento da primeira quinzena de abril, e representa uma alta de 38% em 100 dias. No dia 5 de janeiro, 4.573 segurados começaram o ano na espera, que se agravou por conta da pandemia da Covid-19.
Em 2020, o atendimento de perícias no INSS ficou suspenso por causa da pandemia, sendo retomado no fim de setembro na cidade. Desde então, o número de pessoas que aguardam o benefício tem aumentado. Em muitos casos há relação com o coronavírus, segundo informou ao G1 o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo (SinsPrev).
Um dos reflexos é o agendamento, que está sendo feito num prazo de aproximadamente dois meses.
“Nós estamos em abril e estamos agendando perícia pra meados de junho, praticamente dois meses e meio para a realização de perícia médica. A gente tem visto bastante caso de Covid nos requerimentos de perícia. Um cenário bem preocupante”, aponta o servidor e diretor regional do SinsPrev, Cristiano Machado.
O órgão federal informou que ” não é possível fazer o cruzamento de segurados que aguardam atendimento e motivo do afastamento (CID), pois essa informação só é registrada após a análise pericial”.
O atraso esbarra na pouca quantidade de médicos da área. Dos 18 peritos da unidade da metrópole, localizada na Rua Barreto Leme, na região central, dois estão trabalhando em esquema de teletrabalho com restrições por conta da Covid-19, segundo o órgão federal.
E o volume represados de segurados não é só da metrópole, uma vez que moradores de cidades próximas a Campinas se deslocam para buscar o atendimento. É possível verificar no site do órgão o mapa das agências que estão realizando agendamentos de perícias.
Perícia médica para solicitar auxílio-doença ao INSS está sendo feita de forma online — Foto: Reprodução EPTV
Recentemente, o presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou a Lei 14.131/12 que autoriza o INSS a conceder o auxílio-doença, também chamado de benefício por incapacidade temporária, pela internet. A concessão exige avaliação de documentação médica – atestado e informações complementares – sem a necessidade de perícia presencial. A lei vale até 31 de dezembro de 2021.
“Desde o dia 1º de abril estão sendo aceitos requerimentos nessa modalidade na cidade de Campinas”, garantiu o INSS.
Em 2020, algumas perícias chegaram a ter análise de atestado médico online, com a possibilidade de antecipação do auxílio no valor de R$ 1.045 para os casos regulares. A medida vigorou até o fim do ano.
Burocracia e atraso nos benefícios
Ainda há casos de pessoas que aguardam este ano o recebimento do restante do benefício a que têm direito. Rogério Maria, analisa de sistemas de 51 anos, passou 42 dias em coma por Covid-19 em 2020. Recebeu parte do valor até dezembro e aguarda o complemento referente aos primeiros meses do afastamento do trabalho.
Este ano, precisou dar entrada novamente para manter o benefício, uma vez que continua no tratamento das sequelas. Passou por perícia após três meses de espera e terá que reagendar a consulta devido a um problema com a documentação.
“Meu sentimento em relação ao INSS é do mais puro descaso. Me sinto lesado pela falta de respaldo. Não existe previsão de pagamento, não consigo um atendimento ou esclarecimento no telefone 135”, afirma.
Rogério Maria durante o período no leito hospitalar depois do coma; atualmente ele está se recuperando das sequelas — Foto: Arquivo pessoal
Wirena Katy Xavier da Silva, professora de 44 anos, também teve percalços para conseguir seu auxílio no INSS. Solicitou o agendamento de uma perícia no início de dezembro e foi atendida somente na metade de fevereiro. Após problemas com a documentação, teve o pagamento aprovado somente no início de abril, cinco meses depois do início do processo.
A necessidade do benefício surgiu após um acidente de moto, em outubro de 2020. A educadora sofreu lesões no rosto e em um dos braços. Durante o período no hospital, foi infectada por uma bactéria que gerou necrose no braço lesionado e também pegou Covid-19. Ela se recupera em casa.
“Se eu não tivesse o aporte familiar, minha mãe e minha irmã, não sei o que seria. Também contei com a ajuda de colegas de um grupo religioso que faço parte. Mas se não fossem as doações, eu e minha filha não teríamos o que comer”, explica.
Wirena se recupera de lesão no braço e por isso preciso do auxílio do INSS — Foto: Arquivo pessoal
*Sob a supervisão de Patrícia Teixeira
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Fonte: Post Original